sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Madeira/Contas: Seguro desafia Passos Coelho a retirar confiança política a Alberto João Jardim

Lisboa, 16 set (Lusa)

O secretário-geral do PS exigiu hoje ao primeiro-ministro que ponha cobro aos défices encobertos na Madeira e que esclareça se mantém a confiança política em Alberto João Jardim enquanto recandidato a presidente do Governo Regional.

As declarações de António José Seguro foram proferidas na Assembleia da República, após o Instituto Nacional de Estatística (INE) e o Banco de Portugal concluírem que o défice orçamental de Portugal de 2008, 2009 e 2010 terá de ser revisto em alta devido a um buraco nas contas da Madeira descoberto apenas nas últimas semanas.

“Desde 2003 que o Governo do PSD na Madeira escondeu mais de mil milhões de euros – uma situação grave que me leva a dirigir-me ao primeiro-ministro, que é ao mesmo tempo líder do PSD, exigindo que ponha cobro a esta situação, porque neste período de campanha eleitoral na Madeira o Governo Regional continua a desbaratar o dinheiro dos contribuintes”, acusou o líder dos socialistas.

António José Seguro deixou depois uma pergunta a Pedro Passos Coelho: “Face a esta situação continua a manter a confiança política no presidente do Governo Regional da Madeira e recandidato pelo PSD a presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim?”

Segundo António José Seguro, “é altura do primeiro-ministro e líder do PSD não se refugiar no silêncio – e não basta uma auditoria [às contas da Madeira].

“Não paramos de saber situações de elevada gravidade, que custam muito ao bolso dos portugueses. É altura de o primeiro-ministro e líder do PSD se pronunciar de uma forma perentória e esclarecer se mantém ou não a confiança política em Alberto João Jardim”, frisou.

Nas declarações que fez aos jornalistas, o secretário-geral do PS sugeriu que Alberto João Jardim deverá ser em primeiro lugar alvo de uma “sanção política”, não sendo de novo candidato a presidente do Governo Regional da Madeira.

“Se o primeiro-ministro e presidente do PSD mantém o apoio político a Alberto João Jardim será conivente com uma situação de elevada gravidade. O país tem de exigir sanções a uma pessoa que esconde desde 2003 mais de mil milhões de euros – e o que estará mais por se saber”, advertiu o secretário-geral do PS.

António José Seguro observou em seguida que os desvios orçamentais na Madeira “custam muito caro ao bolso dos portugueses”.

“Não se pode exigir aos portugueses que paguem mais caro a luz, o gás e os transportes, que as pessoas que vivem dos seus rendimentos tenham de pagar [como imposto suplementar] uma parte substancial do seu subsídio de Natal e, depois, Alberto João Jardim, o candidato de Pedro Passos Coelho na Madeira, continue a vangloriar-se com irresponsabilidade da despesa que faz e a dizer que se trata apenas de atos de gestão pública”, acrescentou.

PMF/Lusa

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