quinta-feira, 8 de setembro de 2011

PS acusa Governo de "demolir compromissos eleitorais" e fracassar no corte das 'gorduras' do Estado

Lisboa, 08 set (Lusa)

O PS acusou hoje o Governo de “demolir” os compromissos eleitorais, destacando o “grande salto à retaguarda” dado em relação à redução da Taxa Social Única (TSU) e o “fracasso” no corte das gorduras do Estado.

Numa declaração política no plenário da Assembleia da República, o deputado Pedro Marques lembrou a apresentação do Documento de Estratégia Orçamentar do Governo na semana passada, que representou uma “deceção colossal” para o país.


“Foi demolido, de forma robusta, todo o compromisso político do PSD com os portugueses na última campanha eleitoral”, frisou o deputado socialista, apontando o “grande salto à retaguarda” dado pelo executivo de maioria PSD/CDS-PP na promessa eleitoral de “redução acentuada e generalizada" da TSU.

Agora, continuou, discute-se com os parceiros sociais a “redução condicionada da TSU, em face da criação líquida de emprego”.

“O que é certo é que ficou moribunda a principal proposta de política económica do PSD em campanha eleitoral. Como moribunda está toda a política económica deste Governo”, sustentou.

Pedro Marques fez ainda referência ao “fracasso” do corte nas “gorduras” do Estado, considerando que a estratégia orçamental do Governo para 2011 foi de “100 a zero do lado da receita”.

Pelo contrário, exclamou, “cortes nas gorduras do Estado, nem vê-los”.

Falando ainda da “impreparação política” revelada através da alteração por duas vezes no espaço de um mês do cenário macroeconómico e dos três aumentos de impostos anunciados em outras tantas três conferências de imprensa, o deputado socialista também não passou ao lado do défice de 500 milhões de euros da Madeira, “resultado de 35 anos de governação PSD”.

Assim, resumiu, o que existe é apenas uma consolidação feita essencialmente pelos impostos e pela despesa social.

Na resposta, as bancadas do PSD e do CDS-PP recordaram a “herança” deixada por seis anos de governação socialista, com o deputado social-democrata Luís Menezes a devolver as críticas e acusações ao PS.

“Quem não fez nada foram os senhores”, acusou, lamentando que o PS não assuma a responsabilidade pelo estado em que deixou o país.

Pelo CDS-PP, o deputado João Almeida assinalou ainda a mudança de atitude que chegou com o novo Governo de maioria PSD/CDS-PP, ao fim de seis anos de um executivo socialista que “governava para cada dia” e era “incapaz de ter uma perspetiva de legislatura”.

“Os senhores não estão a aproveitar um momento difícil do Governo, os senhores estão a aproveitar-se do momento difícil do país e isso é inaceitável”, acrescentou João Almeida.

“Quem vos está a fazer oposição não é o PS é o país”, replicou Pedro Marques, lembrando ainda as críticas deixadas ao longo da última semana pelos antigos líderes sociais-democratas Manuela Ferreira Leite, Marques Mendes e Marcelo Rebelo de Sousa.

VAM/Lusa

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