A entrevista que Passos Coelho concedeu ontem à TV Globo deixa passar nas entrelinhas asserções perigosas, desde logo em matéria de um anunciado revisionismo económico.
Vale por dizer que se estriba em ideias que trilham caminhos já anteriormente calcorreados na anterior legislatura, com o "flop" que se sabe.E quando agora, usa palavras imponderadas, designadamente ao "preconizar um novo regime económico", pode bem supor-se que Passos Coelho se prepara para retomar nos próximos tempos as ideias centrais do último Projeto de Revisão Constitucional do PSD.
Vale por dizer que se estriba em ideias que trilham caminhos já anteriormente calcorreados na anterior legislatura, com o "flop" que se sabe.E quando agora, usa palavras imponderadas, designadamente ao "preconizar um novo regime económico", pode bem supor-se que Passos Coelho se prepara para retomar nos próximos tempos as ideias centrais do último Projeto de Revisão Constitucional do PSD.
Acresce que, no decurso da entrevista à Globo, o 1ºministro,ao sublinhar o papel das empresas, ignora de forma deliberada o papel dos trabalhadores. Sublinha reiteradamente a tónica do papel dos empreendedores, fingindo ignorar que a ação do nosso país em matéria de exportações,produção e produtividade, sempre se deverá à criatividade dos empresário, mas de modo decisivo, também, ao papel e ação dos trabalhadores.
Passos Coelho do que falou no Brasil,na sua essência, foi de uma revisão constitucional que descarne a ossatura do conjunto de direitos fundamentais em matéria económica e no concernente a matérias relativas ao direito ao trabalho, aos direitos dos trabalhadores, à segurança no emprego, à liberdade sindical, ao direito à greve e ao direito à contratação coletiva, entre os mais relevantes.
A tudo acresce que Passos Coelho, ao "atirar com o barro à parede" ao preconizar uma "colossal" rutura com o sistema económico vigente na Constituição, traz no bojo as estafadas ideias de erradicar o SNS e outros dos mais marcantes direitos sociais.
Claro,o 1º ministro não pode(deve) ignorar que qualquer hipotética revisão constitucional carece da maioria de dois terços dos votos dos deputados para produzir qualquer alteração. Algo de que a maioria de direita não dispõe.
Salvo se Passos Coelho, Vitor Gaspar e Relvas se deixarem enredar, imprudentemente, pela onda que os arrastou para a violação constitucional que os fez"ignorarem" o papel das Grandes Opções do Plano, envolvendo-se numa trapalhada desprestigiante para o Parlamento.
Osvaldo Castro
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