segunda-feira, 10 de outubro de 2011

UE: António Vitorino e Jacques Delors elogiam "roteiro" de Durão Barroso para a Europa

Luxemburgo, 10 out (Lusa)

O antigo comissário europeu António Vitorino e o antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors elogiaram o que classificam como o “roteiro” de Durão Barroso para a Europa, apresentado no seu recente discurso do “Estado da União”.

Num artigo de opinião conjunto hoje publicado pelo “Notre Europe” (“Nossa Europa”), Vitorino, atual presidente deste “think tank” (grupo de reflexão) dedicado à unidade europeia, e Delors, presidente fundador, fazem o elogio do diagnóstico e dos caminhos apontados pelo presidente da Comissão, afirmando-se esperançados em que os chefes de Estado e de Governo demonstrem "a mesma visão".

Na sua opinião, o discurso de Durão Barroso em setembro passado no Parlamento Europeu começa por ter o mérito de apontar que a atual crise não é apenas financeira, económica e social, mas também de confiança política, devido a falta de vontade política e de liderança, e a sua defesa de alteração do princípio da unanimidade, que pode levar à inércia da UE.

Vitorino e Delors elogiam também a forma como Durão Barroso defendeu a necessidade de se ter uma visão de conjunto e de longo prazo, “em contraste com a impaciência reveladas pelos mercados financeiros”, assim como uma maior integração, dado Bruxelas precisar do apoio das 27 capitais.

Quanto às saídas para a crise, o antigo comissário português e o antigo presidente do executivo comunitário, ambos socialistas, aplaudem o facto de Durão Barroso ter chamado a atenção para o facto de a Comissão ser “o governo económico da Zona Euro” e de ter sublinhado a necessidade de, paralelamente aos esforços de contenção orçamental, ser necessário estimular o crescimento.

A terminar, António Vitorino e Jacques Delors dizem que esta estratégia global apresentada por Durão Barroso pode só pecar por tardia, mas adiantam “esperar sinceramente que” a mesma seja partilhada pelos líderes europeus, afirmando que o próximo Conselho Europeu, inicialmente agendado para 17 e 18 de outubro mas adiado para dia 23, é uma excelente oportunidade para os 27 mostrarem o mesmo empenho do presidente da Comissão.

ACC/Lusa

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